Reificação configura-se como o processo pela qual, nas sociedades industriais, o valor (do que quer que seja: pessoas, relações inter-humanas, objetos, instituições) vem apresentar-se à consciência dos homens como valor, sobretudo, econômico, valor de troca: tudo passa a contar, primariamente, como mercadoria. O trabalho reificado não aparece por suas qualidades, trabalho concreto, mas como trabalho abstrato, trabalho para ser vendido. A sociedade que vive à custa desse mecanismo produz e reproduz, perpetua e apresenta relações sociais como relações entre coisas. O homem fica apagado, é mantido à sombra. Todo o tempo fica prejudicada a consciência de que a relação entre mercadorias (e a relação entre cargos) é, antes de tudo, uma relação que prevalece sobre a relação entre pessoas.
Marx, em sua obra diz que essa substituição fez do operário um mero objeto de conquista de capital para o burguês, fazendo deste trabalho mais simples e monótono somente para encobrir a exploração sofrida e usando de manobras subterfugias para evitar oposições de seus operários. Como diz o trecho:
“Com a extensão do maquinismo e da divisão do trabalho, o trabalho perdeu todo o caráter de autonomia e, assim, todo o atrativo para o operário. Este torna-se um simples acessório de máquina. Só lhe exigem o gesto mais simples, mais monótono, mais fácil de aprender. Portanto os custos que o operário gera, limitam-se aproximadamente apenas aos meios de subsistência de que necessita para manter-se e reproduzir-se [...].
[...] São colocados como soldados rasos da indústria, sob uma hierarquia completa de suboficiais e de oficiais. Não são apenas os servos da classe Burguesa, do Estado Burguês; são, a cada dia, a cada hora, avassalados pela máquina, pelo fiscal, pelo próprio burguês industrial. Esse despotismo é [...] quanto mais abertamente proclama que seu ultimo fim é o lucro.”
(MARX & F.ENGELS, Manifesto do Partido Comunista, p. 35;36)
Em geral pode-se dizer que o conceito de reificação não tem absolutamente nenhum sentido de atribuir status de um rei para alguém, muito pelo contrário, requer em tirar a condição de humano e conduzi-lo à transformação em um mero objeto, como no exemplo acima, o operário teve suas funções relativamente reduzidas, onde disfarçadamente deu-se a entender que a máquina tomou suas antigas funções e o operário passou a ter função de um simples objeto. Outro exemplo baseado na história é o fato de que os escravos negros, para serem juridicamente considerados como tal, eram reificados, transformados em coisas. Somente com essa condição é que podiam ser livremente comprados e vendidos. Entendemos então, que ao representar o ser humano como objeto físico privado de qualidades pessoais ou de individualidade, estamos o reificando, passando suas atribuições humanas para segundo plano e o colocando à disposição como um mero instrumento.
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