domingo, 19 de junho de 2011

Como a ideologia é inserida nas Histórias em quadrinhos?

A Ideologia usada nas histórias em quadrinhos é vista por muitos como algo oculto, ou subliminar, usando de uma forma um tanto quanto despercebida para transmitir inúmeras mensagens ao mundo infantil.
Os autores Ariel Dorfman e Armand Mattelart defenderam a tese de que a leitura das histórias em quadrinhos não é tão inocente assim como se pensava. Fizeram impiedosa crítica aos quadrinhos, da qual não escaparam desde os super-heróis até os aparentemente inofensivos personagens da Disney. O que os autores mostram é que, através desse produto cultural, podem-se enviar mensagens ideológicas que estimulam a dependência cultural e reforçam valores típicos da economia capitalista.
Esses autores denunciam a ideologia subjacente aos quadrinhos, à medida que confirmam os valores da classe dominante, escamoteiam os conflitos, transmitem uma visão deformada do trabalho e levam à passividade política. E, segundo os autores, as representações transmitidas pelas imagens estereotipadas isolam os leitores de outros que sofrem os mesmos tipos de exploração: “estamos separados pela representação que fazemos dos demais e que é a nossa própria imagem refletida no espelho” (DORFMAN; MATTELART, 1980, p. 63). De acordo com eles, "O imaginário infantil é a utopia política de uma classe".
Nas histórias em quadrinhos de Disney, jamais se poderá encontrar um trabalhador ou um proletário, jamais alguém produz industrialmente algo. Mas isto não significa que esteja ausente a classe proletária, ao contrário, está presente sob as máscaras, como selvagem-bonzinho e como mendigo-criminoso. Ambos os personagens destroem o proletariado como classe, mas resgatam desta classe certos mitos que a burguesia tem construído desde o princípio de sua aparição e até seu acesso ao poder, para ocultar e domesticar seu inimigo, para evitar sua solidariedade e fazê-lo funcionar fluidamente dentro do sistema, participando de sua própria escravidão ideológica. Geralmente, a classe proletária não é representada por nenhuma personagem, da mesma forma que a vida no campo é enfatizada, sobretudo no seu aspecto de lazer e não no da produção.
Então podemos definir que os quadrinhos levam as crianças a aceitar como, por exemplo, que os super-heróis dos desenhos ani­mados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes como Rambo, Os justiceiros e outros, passam a encarnar o Bem e a Justiça e assumem a nossa proteção imaginária, exatamente por­que o mundo moderno, com inflação, seqüestros, violência e instabilidade no emprego, especialmente nos grandes centros urbanos, revela-se cada vez mais um lugar extremamente inseguro. Transferindo a história ao campo político, por exemplo, certas figuras são transformadas em heróis, pregando um modelo de comportamento que prome­te combater, além da inflação, a corrup­ção, os privilégios e demais mordomias. Prometem, ainda, levar o país ao de­senvolvimento, colocando-o no Primei­ro Mundo. Prometem riqueza para to­dos. Têm de ganhar a eleição, não é?

(Tal quadrinho é um explícito exemplo de como a ideologia do mundo capitalista pode estar presente nas histórias em quadrinhos).

4 comentários:

  1. exemplo o pica pau odeio aquele desenho ele é egoista pilantroso mais sempre se dar bem alienação social das pessoas faz com que essa ideologia fique oculta não só do pica pau mais como em varios outros

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  2. Isso aí, o trabalhador é explorado de todas as formas, enquanto o filho da puta do burguês, só se "enriquece". O capitalismo é frio e cruel. Igualdade Já!

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