domingo, 19 de junho de 2011

O qué é ideologia no conceito geral?

Ideologia é um conjunto de idéias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos, consistente de representações, normas ou costumes que indicam aos membros da sociedade o que devem fazer agir, pensar, valorizar, ou seja, viver e como todos estes preceitos têm de serem realizados. A ideologia pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais.
O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo filósofo Antoine Destutt de Tracy. 
Ao longo dos séculos usou-se muito da ideologia para tratar de assuntos ou formulá-los, algumas delas foram:
  •    Ideologia fascista: implantada na Itália, principalmente, nas décadas de 1930 e 1940. Possuía um caráter autoritário, expansionista e militarista;
  • Ideologia democrática: surgiu em Atenas, na Grécia Antiga, e possui como ideal a participação dos cidadãos na vida política;
  •  Ideologia conservadora: idéias ligadas à manutenção dos valores morais e sociais da sociedade;
  •  Ideologia anarquista: defende a liberdade e a eliminação do estado e das formas de controle de poder, sendo apelidada muitas vezes de “Bagunça organizada”;
  •  Ideologia nacionalista: exaltação e valorização da cultura do próprio país;
E Outros...
A ideologia funciona invertendo os efeitos e as causas, resultando em imagens e sintomas, produzindo uma utopia social, usando o silêncio para encobrir a incoerência.
Podemos exemplificar a ideologia com a afirmação de que adultério é crime, que o homossexual é pervertido e que o futebol é coisa de homem.
Generalizando, a ideologia é uma forma de fazer um cidadão, ou um membro de uma família ou religião, seguir as normas da comunidade em que vive, usando de metáforas, comparações, utopias, ou até mesmo mentiras, para induzi-lo ou não a algo.

O qué é ideologia no conceito Marxista?

Para compreender o conceito de ideologia na teoria de Karl Marx, devemos ter claro que, na sociologia crítica, ao contrário do funcionalismo, parte-se do princípio de que o elemento fundador da sociedade é o trabalho. Em outras palavras, para sobreviver, o ser humano transforma a natureza que o cerca e cria os bens matérias que necessita. Assim, ao realizar trabalho, as pessoas passam a pensar e a desenvolver a consciência para, em seguida, se comunicar, trocar idéias através de uma linguagem. Nesse processo, passam a interpretar não só a sociedade em que vivem como também as suas atividades práticas. É nesse momento que se estabelecem as relações sociais. 
Para Marx, a sociedade capitalista se fundamenta numa organização do trabalho que dá origem a classes sociais e em que os proprietários dos meios de produção exploram os não-proprietários. Essa visão de exploração nem sempre está presente na consciência das pessoas, porque aparecem certas idéias e valores que tentam esconder essa realidade.
Podemos afirmar então, que na sociedade capitalista existe a ideologia da imposição de valores da classe dominante, ou empresarial, como sendo a única visão correta da sociedade e a conseqüente tentativa de fazer com que a classe trabalhadora pense com valores da classe dominante.
Essa ideologia capitalista favorece a classe empresarial, pois a partir do momento em que ela consegue impor suas idéias, seus valores como sendo “os corretos” e, a parir do momento que os trabalhadores aceitam isso, fica bem mais fácil para os grupos dominadores manter sua exploração sobre o restante dos indivíduos da sociedade.
A base principal da Ideologia Marxista requer que, apesar de toda a exploração, o proletário una-se com os seus e faça de acordo com seus direitos, como explica o trecho de sua obra e de seu seguidor Friedrich Engels: “Manifesto do Partido Comunista” (1848):

“E como, já estávamos muito apegados à idéia de que ‘‘a emancipação dos trabalhadores deve ser obra da própria classe operária” [...] jamais nos passou pela cabeça repudia-lo.
“Proletários de todos os países uni-vos!”
Poucas foram as vozes que responderam, quando lançamos essas palavras ao mundo [...]. Mas, em 28 de setembro de 1864, proletários da maior parte da Europa Ocidental uniram-se para formar a Associação Internacional dos Trabalhadores, [...] o proletário da Europa e da América passa em revista suas forças combatentes mobilizadas pela primeira vez, mobilizadas em um único exército, sob uma única bandeira, para um único objetivo imediato: a regulamentação da jornada de trabalho de oito horas fixada legalmente e proclamada, [...]. O espetáculo do dia de hoje abrirá aos olhos dos capitalistas e aos proprietários de terra de todos os países para o fato de que hoje os proletários de todos os países estão efetivamente unidos.”
(MARX & F.ENGELS, Manifesto do Partido Comunista, p. 19. 1890)

(Capa do Livro: “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx & Friedrich Engels (1848) Editora L&PM, 2001).

Como a ideologia é inserida nas Histórias em quadrinhos?

A Ideologia usada nas histórias em quadrinhos é vista por muitos como algo oculto, ou subliminar, usando de uma forma um tanto quanto despercebida para transmitir inúmeras mensagens ao mundo infantil.
Os autores Ariel Dorfman e Armand Mattelart defenderam a tese de que a leitura das histórias em quadrinhos não é tão inocente assim como se pensava. Fizeram impiedosa crítica aos quadrinhos, da qual não escaparam desde os super-heróis até os aparentemente inofensivos personagens da Disney. O que os autores mostram é que, através desse produto cultural, podem-se enviar mensagens ideológicas que estimulam a dependência cultural e reforçam valores típicos da economia capitalista.
Esses autores denunciam a ideologia subjacente aos quadrinhos, à medida que confirmam os valores da classe dominante, escamoteiam os conflitos, transmitem uma visão deformada do trabalho e levam à passividade política. E, segundo os autores, as representações transmitidas pelas imagens estereotipadas isolam os leitores de outros que sofrem os mesmos tipos de exploração: “estamos separados pela representação que fazemos dos demais e que é a nossa própria imagem refletida no espelho” (DORFMAN; MATTELART, 1980, p. 63). De acordo com eles, "O imaginário infantil é a utopia política de uma classe".
Nas histórias em quadrinhos de Disney, jamais se poderá encontrar um trabalhador ou um proletário, jamais alguém produz industrialmente algo. Mas isto não significa que esteja ausente a classe proletária, ao contrário, está presente sob as máscaras, como selvagem-bonzinho e como mendigo-criminoso. Ambos os personagens destroem o proletariado como classe, mas resgatam desta classe certos mitos que a burguesia tem construído desde o princípio de sua aparição e até seu acesso ao poder, para ocultar e domesticar seu inimigo, para evitar sua solidariedade e fazê-lo funcionar fluidamente dentro do sistema, participando de sua própria escravidão ideológica. Geralmente, a classe proletária não é representada por nenhuma personagem, da mesma forma que a vida no campo é enfatizada, sobretudo no seu aspecto de lazer e não no da produção.
Então podemos definir que os quadrinhos levam as crianças a aceitar como, por exemplo, que os super-heróis dos desenhos ani­mados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes como Rambo, Os justiceiros e outros, passam a encarnar o Bem e a Justiça e assumem a nossa proteção imaginária, exatamente por­que o mundo moderno, com inflação, seqüestros, violência e instabilidade no emprego, especialmente nos grandes centros urbanos, revela-se cada vez mais um lugar extremamente inseguro. Transferindo a história ao campo político, por exemplo, certas figuras são transformadas em heróis, pregando um modelo de comportamento que prome­te combater, além da inflação, a corrup­ção, os privilégios e demais mordomias. Prometem, ainda, levar o país ao de­senvolvimento, colocando-o no Primei­ro Mundo. Prometem riqueza para to­dos. Têm de ganhar a eleição, não é?

(Tal quadrinho é um explícito exemplo de como a ideologia do mundo capitalista pode estar presente nas histórias em quadrinhos).

O qué é a ideologia do Mais-Valia?

Mais-valia é o termo usado para designar a disparidade entre o salário pago e o valor do trabalho produzido. Existem muitos cientistas e pensadores sociais que desenvolveram diferentes vertentes para conceber uma explicação para surgimento e o funcionamento do sistema capitalista. A conclusão mais vistosa foi a de Karl Marx que fez uma análise dialética sobre o tema, afirmou que o sistema capitalista representa a própria exploração do trabalhador por parte do dono dos meios de produção, na disputa desigual entre capital e proletário sempre o primeiro sai vencedor. Desse modo, o ordenado pago representa um pequeno percentual do resultado final do trabalho (mercadoria ou produto), então a disparidade configura concretamente a chamada mais-valia, dando origem a uma lucratividade maior para o capitalista.
Diz Marx:

“[...] pois os que nela trabalham não ganham e os que ganham não trabalham. Toda essa objeção reduz-se à tautologia: não haverá trabalho assalariado quando não mais existir capital.”
(MARX & F.ENGELS, Manifesto do Partido Comunista, p. 52)

“[...]Se, portanto, alguém não trabalha, vive às expensas o trabalho alheio, e sua cultura é também apropriada às custas do trabalho alheio”.
(MARX & F.ENGELS, Comentários à margem do Programa do Partidário Operário Alemão I)

Em outras palavras a “Mais-Valia” cai como uma crítica de Marx ao sistema capitalista e como ele valoriza seus serviçais, por exemplo, um operário que trabalhou oito horas em um dia, não receberá este total, mas sim uma pequena parcela, que, no caso do exemplo seria aproximadamente 2h e meia de trabalho recompensado, ou seja, a “Mais-Valia” é exatamente o valor que o operário cria além do valor de sua força de trabalho. Se sua força de trabalho vale 16 reais e ele cria 64,8, a mais-valia que ele dá ao patrão é de 48,8 reais. Então, o operário trabalha a maior parte do tempo de graça para o patrão!
Pode-se dizer, então, que a “Mais-Valia” é a mais pura exploração que o sistema capitalista regente exerce sobre seus operários de forma camuflada e gritante ao mesmo tempo, onde a realização do trabalho desgastante não é recompensada de uma maneira justa à que foi feita.

O qué é a ideologia do Fetichismo?

A teoria do fetichismo pode ser tomada como um elemento central na diferenciação dos enfoques marxista e liberal clássico, pois sua aceitação ou rejeição é algo definido no âmbito do método da ciência econômica.
A teoria do fetichismo foi a descoberta que conduziu Marx para além dos postulados da Economia Política clássica, pois esta última, tomando a forma como a riqueza se distribui entre as classes enquanto o objeto da Economia Política, não se deteve no questionamento das causas que originaram esta forma de distribuição. Marx, pelo contrário, centrou no estudo das relações de produção o objeto da Economia Política e, ao fazê-lo, pôde detectar no fetiche da mercadoria um elemento explicativo do surgimento, da consolidação e do modo de operar destas relações e das formas de distribuição correlatas.
O fetichismo é a essência de todo o sistema econômico de Marx, ou seja, “Uma relação social expressa em coisas e através das coisas”, resumindo, esta relação social se dá entre pessoas enquanto produtoras de mercadorias que trocam os produtos de seu trabalho (operários) e confere aos produtos a propriedade, um valor (dinheiro), este vinculado a um proprietário (o capitalista).

O qué é a ideologia da Reificação?

Reificação configura-se como o processo pela qual, nas sociedades industriais, o valor (do que quer que seja: pessoas, relações inter-humanas, objetos, instituições) vem apresentar-se à consciência dos homens como valor, sobretudo, econômico, valor de troca: tudo passa a contar, primariamente, como mercadoria. O trabalho reificado não aparece por suas qualidades, trabalho concreto, mas como trabalho abstrato, trabalho para ser vendido. A sociedade que vive à custa desse mecanismo produz e reproduz, perpetua e apresenta relações sociais como relações entre coisas. O homem fica apagado, é mantido à sombra. Todo o tempo fica prejudicada a consciência de que a relação entre mercadorias (e a relação entre cargos) é, antes de tudo, uma relação que prevalece sobre a relação entre pessoas.
Marx, em sua obra diz que essa substituição fez do operário um mero objeto de conquista de capital para o burguês, fazendo deste trabalho mais simples e monótono somente para encobrir a exploração sofrida e usando de manobras subterfugias para evitar oposições de seus operários. Como diz o trecho:

“Com a extensão do maquinismo e da divisão do trabalho, o trabalho perdeu todo o caráter de autonomia e, assim, todo o atrativo para o operário. Este torna-se um simples acessório de máquina. Só lhe exigem o gesto mais simples, mais monótono, mais fácil de aprender. Portanto os custos que o operário gera, limitam-se aproximadamente apenas aos meios de subsistência de que necessita para manter-se e reproduzir-se [...].
[...] São colocados como soldados rasos da indústria, sob uma hierarquia completa de suboficiais e de oficiais. Não são apenas os servos da classe Burguesa, do Estado Burguês; são, a cada dia, a cada hora, avassalados pela máquina, pelo fiscal, pelo próprio burguês industrial. Esse despotismo é [...] quanto mais abertamente proclama que seu ultimo fim é o lucro.”
(MARX & F.ENGELS, Manifesto do Partido Comunista, p. 35;36)

Em geral pode-se dizer que o conceito de reificação não tem absolutamente nenhum sentido de atribuir status de um rei para alguém, muito pelo contrário, requer em tirar a condição de humano e conduzi-lo à transformação em um mero objeto, como no exemplo acima, o operário teve suas funções relativamente reduzidas, onde disfarçadamente deu-se a entender que a máquina tomou suas antigas funções e o operário passou a ter função de um simples objeto. Outro exemplo baseado na história é o fato de que os escravos negros, para serem juridicamente considerados como tal, eram reificados, transformados em coisas. Somente com essa condição é que podiam ser livremente comprados e vendidos. Entendemos então, que ao representar o ser humano como objeto físico privado de qualidades pessoais ou de individualidade, estamos o reificando, passando suas atribuições humanas para segundo plano e o colocando à disposição como um mero instrumento.